Morreu esta segunda-feira, 23 de setembro, em Lisboa, aos 88 anos, o poeta e ensaísta
António Ramos Rosa, um dos nomes cimeiros da literatura portuguesa contemporânea, autor de quase uma centena de títulos, de
O Grito Claro (1958), a sua célebre obra de estreia, até
Em Torno do Imponderável, um belo livro de poemas breves publicado em 2012. (fonte Jornal Público)
António Ramos Rosa nasceu em Faro em 17 de Outubro de 1924. Em 1945 participou na formação do MUD Juvenil. Ao longo do tempo manteve sempre a sua atitude crítica em relação ao Estado Novo e, em 1970, recusou-se a receber o Prémio Nacional de Poesia da Secretaria de Estado de Informação e Turismo atribuído a "Nos Seus Olhos o Silêncio".
Em o "Poema do Funcionário Cansado", escrito em pleno Estado Novo, lê-se: " Sou um funcionário apagado/ um funcionário triste/ a minha alma não acompanha a minha mão". É esta "capacidade imaginativa verbal raríssima, esta atenção real" que fazem com que Ramos Rosa tenha "uma obra ímpar", diz António Carlos Cortez.
Cortez destaca um outro e último aspeto no "caminho artístico de Ramos Rosa. Desenhou rostos com um traço leve e cósmico", que testemunham uma constante busca de "harmonia e conciliação dos elementos".
"Grito Claro", o seu primeiro livro, foi publicado em 1958. Foi Prémio Pessoa em 1988. Três anos depois, em 1991, foi nomeado Poeta Europeu da Década pelo Collége de L'Europe.
No dia em que comemorou 74 anos, em 2003, a Universidade da sua terra natal, atribuiu-lhe o grau de Doutor Honoris Causa.
O poeta era casado com Agripina Costa Marques, autora de vários de livros, e pai de Maria Filipe Ramos Rosa. Ramos Rosa convidou a escritora e grande amiga Maria Alberta Menéres para madrinha da sua única filha. (fonte Jornal Expresso)
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